sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Meu Presente de Natal



O presente que eu quero...
Tem o frescor de banho de manhã e perfume de sabonete.
Tem cabelo molhado com cheiro de xampu de algas marinhas.
Tem o sabor de pão com manteiga e café com leite.
Tem alegria de mil sorrisos, aconchego de abraço no frio e beijinhos no cinema com cara de fruto proibido.
O presente que eu quero...
 Tem fotografias com a cabeça torta tiradas com o celular...
Têm mais de cem amigos no facebook, ama a lua e a madrugada, mas adora dormir na praia, ver o sol e pescar.
O presente que eu quero...
 Toca violão ou sabe cantar, escreve poesias, canções, sabe fazer bolo e tem preguiça de esquentar a comida no fogão.
Tem o quarto bagunçado dessas bagunças organizadas onde se sabe onde estão as coisas.
Ama os livros, mas também joga no computador e viaja lendo blogs na internet.
O presente que eu quero...
Escuta MPB, mas também se alegra com o som do Patatí e do Patatá.
Tem bom humor, gosta de crianças até os cinco anos, mas se irrita com crises de adolescentes.
Quer ter dois filhos, um cachorro e gato...
O presente que eu quero...
Quer uma casa de inverno, uma casa de verão e um carro pago a prestação.
Tem cartão de credito, ama DVDs e faz cafuné...
Ora antes de dormir e chora vendo final de novela na TV.
O presente que eu quero tem coragem para dizer sim, ousadia para dizer não e um coração enorme para dizer Eu te amo.
O presente que eu quero é especial...
É único e será meu, só meu.
O presente que eu quero...
Será tudo, todo dia será...
Será humano, lindo, sagrado e terá um nome incrível...
Se chamará “Meu Amor”.

Sérgio Breneditt


sábado, 26 de novembro de 2011

Sendo Triste

Por que você é tão triste? 
Mais uma daquelas perguntas feitas a ele...
Não sabia responder.
Sua alegria aparente, usada como máscara, caiu por terra, ali diante de todos.
Ninguém sabe por que é triste. Ele é triste e às vezes é feliz, um cara mutável... Talvez culpa do signo, das convenções astrais, da posição da lua no dia do seu nascimento... Não se sabe, saber pra quê?
Ser feliz o tempo todo deve ser muito chato, afinal gente triste escreve melhor, canta melhor, compõe e interpreta melhor, ama melhor, ama mais...
A melancolia é incenso – perfuma.
É neblina – dá um clima.
A melancolia é tristeza, é poesia, é ele...
Ser triste é o lance dele. É um pouco mais dele.
Na verdade, eu acredito que ele é feliz sendo triste.


Sérgio Breneditt

domingo, 30 de outubro de 2011

Reencontro


O que dizer quando te reencontrar?

Dizer que tive saudades?
Dizer que encontrei alguém?
Dizer que está tudo bem?


O que dizer quanto te reencontrar?
Que não consigo te esquecer?
Que penso em você todos os dias, após esses quatro anos?
Que eu não consegui encontrar alguém como você?

O que dizer quando te reencontrar?
Como você está bem?
Como está sua família?
Como está seu trabalho?


O que dizer quanto te reencontrar?
Posso te abraçar e não dizer nada?
Posso correr e não dizer nada?
Posso te beijar para que ambos não digam nada?


O que dizer quando te reencontrar?
...
Vou arrumar forças dentro de mim para conseguir olhar nos seus olhos.
Vou respirar fundo e interpretar meu melhor sorriso.
Vou me colocar em sua frente e te dizer: — Oi!
Mas, gritando em meu coração: — Ainda te amo, volta pra mim!
É o que farei...

É o que fiz hoje...
Quando te reencontrei.

Sérgio Breneditt

sábado, 29 de outubro de 2011

Cotidiano: Depois da Balada




O que eu faria por amor?
Ele se perguntou essa manhã quando caminhava pelas ruas do centro do Rio...
Ultimamente...
O amor tem sido uma noite longe da família, nos braços de desconhecidos com cheiros diferentes e hálitos de sabores variados como: uva, hortelã e morango.
O amor tem sido uma boate escura com muita fumaça, corpos suados, cigarros, cervejas e drag queens.
O amor tem sido olhar a cidade acordar enquanto volta para casa para dormir.
Tem sido cochilar de boca aberta no ônibus e tampar a cabeça com o capuz da camisa para tentar escurecer o longo caminho.
O amor tem sido o banho quente, o ar-condicionado ligado e deitar de cueca em baixo do edredom com inscritos em japonês.
O amor tem sido aguardar ansioso o barulho da janela do MSN chamando para conversar e combinar como será a próxima noite.
O amor tem sido assim, pensava ele e responder essa questão seria difícil demais, afinal já fizera de tudo por amor... Fez poesias e enviou cartas de cinco páginas escritas a mão com cheiro de perfume e marca de lágrimas.
Ele já tinha feito serenata, cantado jazz e tocado piano... Já tinha dormido na calçada para ver de madrugada seu amor ir trabalhar.
Fez oração para Deus e a todos os santos para proteger o seu alguém, a sua metade avessa. Jogou flores ao mar e acendeu incenso ao vento para perfumar de longe o caminho de quem chamou de amor com fluidos de boa sorte e harmonia. Fez de tudo... No carro e até de joelhos, mas...
O que ele faria por amor? Ele jamais saberia responder. No entanto, o que ele faria com o amor?  Isso eu sei que ele sabe bem... Ele seria o homem mais feliz do mundo.

Sérgio Breneditt

domingo, 23 de outubro de 2011

Linhas Soltas

Se alguém te amar mais que eu juro que te deixo imediatamente.
Se alguém te desejar mais que eu me entrego ao celibato.
Se alguém desejar sua presença mais que eu juro que me mantenho aqui na nossa solidão... 
Esperando.

Sérgio Breneditt



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Louca II - Aprendendo...


Quando o amor de sua vida foi procurar o amor da vida dele, ela se tocou. Pediu ao garçom um drink feito com pêssego e vodka para começar a noite e acendeu seu primeiro cigarro Black. Ela estava em um bar medíocre na Lapa acompanhada por bêbados e desiludidos, mas em momento algum ela questionou a qualidade do local.
No jukebox, ao fundo, um rapaz ouvia Bonie Tayler e cantava o refrão de Total Eclipse of the Heart com empolgação enquanto uma garota negra sentava no colo de um americano sessentão. O celular rosa e com um enfeite de coração, vibrava sobre o balcão, mas ela não atendia já sabia era sua mãe.
Uma nova dose, dessa vez a vodka era pura e o cigarro era Free, daqueles baixos teores, que uma lésbica ofereceu. A lésbica dizia que ela era bonita e sensual, dizia que ela não deveria ficar triste, dizia isso passando a mão nos cabelos longos e loiros dela.  Ela não se mexia de algum modo o toque daquela outra mulher a confortava.
Sua mente lembrava a noite que esteve nos braços dele era como sentir de novo o peso do corpo do seu homem sobre o seu, ela se excitou... A lembrança do perfume, do entrelaçamento, dos movimentos contínuos, penetrantes e intensos... Lembranças da noite de lua nova ao som de Madonna.
 A mulher que ofertou o cigarro sorvia seu vinho branco com se de algum modo pudesse haurir a loira sexy e triste no balcão.  Outras músicas já haviam tocados, afinal ela estava ali há horas, mas uma especial a fez levantar e entrar na pequena pista de dança. A letra dizia  “I gave you all the love I got I gave you more than I could give I gave you Love...” 
Seus passos foram acompanhados pelos olhares atentos dos homens, afinal quem era aquela mulher tão sensual capaz de atrair para si as notas da canção? A música era dela e uma atmosfera de sentimentos invadiu o medíocre bar transformando o espaço em um templo do novo. Os homens a contemplavam, mas foi uma mulher que a seguiu...
Meu chamo Pérola disse a mulher segurando sua cintura e abraçando-a fortemente conduzindo seus passos na dança romântica... Beijos na nuca, curiosos atentos, luz e fumaça faziam o toque feminino muito terno, agradável e luxurioso. “This is no ordinary love” cantava Sade de um modo inconfundível.
Nesse clima ela para de pensar nele. A canção de amor trazia uma lembrança, mas o misto desta com a nova sensação mudava tudo... Era diferente... Era Sade...  Era amor novo... Era mais um lado louco daquela mulher, lado que ela não conhecia era um novo beijo, era um novo perfume... Era a Louca aprendendo a ser outra...
Sérgio Breneditt

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Amor INTERMEDIÁRIO


Para: D’ara

Muitas vezes os caminhos da vida nos conduzem a um lugar não muito agradável... Eu caminho por lugares que não gostaria... Eu caminho e ninguém me conhece, ninguém me cumprimenta neste caminho...
Agora aqui, neste entre lugar, eu apenas sou palavras, sou apenas sentimentos, sou apenas lágrimas.
Odeio essa tristeza em mim, odeio essa condição internalizada que como diz uma amiga e professora me impedem de aproveitar as bordas, o que está à margem da minha existência... Fico preso ao meu interior triste e impaciente.
Sou jovem? Sim.
Sou bonito? Sim.
Sou saudável? Sim.
Sou feliz?
Essa questão, não sei responder.
Falta léxico para formar essa sentença, falta coragem para fazer acontecer, falta amor próprio também.
Às 23h34 de um dia qualquer encontrei no ônibus alguém que gostei muito e que posso definir como um amor intermediário. Aquele tipo de amor que surge depois dos amores da infância e antes do grande amor da sua vida. Amor que é junção de hormônios da adolescência e anseios por uma vida adulta.
Seu rosto estava cansado com pequenos sinais do tempo, ela certamente estava voltando do trabalho. Seu corpo também não era o mesmo depois da gravidez ela engordou um pouco. Seu cabelo cresceu era tão curto e agora está longo, pude perceber devido ao grande coque no alto de sua cabeça, coque que era coberto por uma redinha com laço.
Sei que ela me viu, estava no banco de trás do ônibus e este não estava cheio. Era possível visualizar todos os rostos logo assim que rodasse a roleta, mas ela preferiu me ignorar, certamente seria mais fácil. É sempre difícil encarar alguém que um dia você se apaixonou, faltam palavras e as perguntas cretinas do tipo “como você está agora?” ou “já casou?” são inevitáveis.
Por falar em perguntas eu nunca tive coragem de perguntar se ela também me amava. Um dia era especial o outro também, estávamos juntos e eu ali bem infantil nas coisas do coração sem imaginar que aquele coração batia por mim. Eu a perdi. Cantei em seu casamento, a vi ter o primeiro filho, a vi construir sua família... Depois de longo tempo, agora neste momento me pergunto seriamos felizes? Mas, nunca terei essa resposta.
Esse amor intermediário, hoje saudades, lembranças e memórias me faz ver e confirmar o quanto sentimentos tido como menores são importantes... Talvez ali nos braços de D'ara eu tivesse me encontrado e nunca me enganado. Talvez nos braços de D'ara eu não tivesse me entregado ao passado, ao grande amor do passado finado. Talvez. Vou caminhando em suposições.
Certa vez ouvi uma pessoa me dizer que quando você começa a lembrar dos amores que viveu é um sinal que você está esquecendo a história que outrora era mais marcante. Se for verdade percebo que tudo está caminhado para o esquecimento pleno de um amor, de um grande amor não consumado. Agora me recolho mais uma vez, machucado ao relembrar, ao ver a vida que seguiu e os meus amores que se foram...
Ainda estou na parte interna de mim... Ainda não consegui alcançar as bordas e aproveitá-las... Sou prisioneiro meu, sou passageiro querendo saltar de um ônibus que passa por todas as paradas e recebe delas todos os tipos de pessoas, feias e bonitas, ricas e pobres, felizes e infelizes. Sou o amor intermediário de uma mulher que um dia sonhei que seria minha, sou amor intermediário querendo ser grande... Querendo não ser mais um nesse ônibus da Vida.
Sérgio Breneditt



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Nota de Rodapé

Um dia de cada vez e outros anseios me fizeram...
Amar alguém que não deveria. Coisas da vida?
Não sei responder, poderia ser mesmo, talvez sim, talvez não.
Definitivamente de que vale entender se o que senti estava ali latente ao ponto de marcar...
Rasgar, devorar, tatuar em meu coração um desejo inimaginável.
Eu que era um menino desses tais que pensam demais...
Sem muitas histórias, um menino que escrevia poesias e contos que deixou-se levar...
O caminho ninguém sabia qual e eu, menino, segui no escuro a direção do vento, algo...
Novo, posso dizer, sem solidez, mas algo foi certo com aquele vento eu voei ...

Sérgio Breneditt


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Louca


Ela estava louca quando colocou Madonna para cantar, já tinha tomado algumas taças de vinho e ele, ele estava chegando... Esse cara era o amor da sua vida, por ele, ela faria qualquer coisa e assim fez colocou a lingerie de renda preta e acendeu seu incenso de rosas vermelhas.
A massa com frutos do mar estava sobre a mesa e as velas traziam a luz para aquele jantar todo especial, porém ele não chegava. Da varanda do apartamento ela contemplava a Avenida Atlântida e seus carros indo e vindo, contemplava o mar e a noite de lua nova quando avistou o carro dele entrar na garagem.
Ele abriu a porta deixou a pasta no rack e afrouxou a gravata. Tirou os sapatos, o terno e o cinto deixando pela sala mesmo... Madonna ainda cantava sua balada romântica. No quarto estava ela como uma Afrodite contemporânea com os olhos marcados por um lápis preto e boca com um batom vermelho carmim.
Ele não resistiu e nu deitou-se com ela. As mãos abriam a lingerie, a boca tirava o carmim e as lágrimas borravam o lápis... Ela chorava silenciosamente estava nos braços do seu homem, do seu amor... Estava fazendo amor com aquele que a chamava de amor. O suor dele, o peito peludo roçando em seu seio era desejo, era sabor...
Ela beijava cada parte do corpo dele se entregando também ao prazer oral... Ele sussurrava. Mais um gole na taça de vinho e o vento refrescando o calor dos copos entrelaçados em movimentos contínuos, penetrantes e intensos. Eles esqueceram o jantar e apenas lembraram-se de se entregar e se entregar novamente.
"All by myself I don't need anyone at all I know I'll survive" não estava fazendo sentido algum, mas não importava a letra e sim a voz inconfundível da diva que os conduziam pelos cômodos do apartamento... No quarto, na sala, na varanda com a lua… Vamos comer dizia ela, mas ele estava incontrolável sua fome era ela, ela era sua comida.
Depois do prazer e de um banho de espuma juntos tudo tinha acabado o cd já havia se calado, assim como o perfume do incenso e as velas que deixaram de compor o cenário. Esquentaram a massa no microondas e se sentaram na sala vestido apenas o roupão para finalmente jantar. Ele liga a TV, ela pega mais um garfo.
Na TV um pastor apresenta seu programa que atende fieis desesperados na madrugada. Ela diz a ele que eles deveriam ligar, afinal devia ser pecado sentir tanto desejo... Ambos sorriam e degustavam o prazer de ficarem juntos. Outra garrafa de vinho, alguns morangos e chocolate ele quer sobremesa e ela, ela como uma mulher apaixonada serve.
O cair do roupão no chão é o único barulho agora. Ela deita sobre a mesa de mármore da cozinha e oferece a ele o que ainda não havia oferecido e ele, ele aceita. Suavemente a penetra e sente o perfume do sua nuca enquanto acaricia seus cabelos longos e loiros... Madonna deveria voltar a cantar, mas não ouve tempo de ligar o cd... Afinal ela estava muito louca, louca pelo homem que amava.

Sérgio Breneditt

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Fantasiando


De repente bate uma saudade já são 00h47 e eu preciso trabalhar de manhã...
Fantasio o toque do telefone...
É você dizendo que está no portão me pedindo para entrar.
Todos já dormem e silenciosamente te trago para o meu quarto, apesar de frio o ar-condicionado está ligado dando um clima de inverno rigoroso.
Você tranca a porta depois de certificar que minha mãe dorme com a porta do quarto dela fechada.  Por um momento te pergunto o que quer e em menos de cinco segundos me beija e com a boca colada no meu pescoço sussurra: Você!
Fico aturdido quando você joga as roupas que estão sobre a  cama no chão e me puxa para deitar. Meu short preto é arrancado e minha camisa branca de dormir é rasgada ao mesmo tempo em que você morde minha orelha.
O jeans áspero da sua calça roçando minha coxa, seu membro rijo explondindo de tamanha excitação encontra a barreira da minha cueca branca eu ali vulnerável, entregue, esperando tão somente ser consumido pelo seu fogo.
Você me beija, eu te beijo.
Seus pêlos contra os meus.
Seu cheiro de desejo se mistura com o perfume do meu creme de algas marinhas.
De repente depois de ficar nu você segura forte meu rosto, olha nos meus olhos e diz: Eu te quero, eu te desejo, eu sempre amei você...
Depois disso eu me dou, eu te dou.
É forte, é ativo, é selvagem e terno, é simplesmente amor... O nosso amor.
Seu celular toca é um sinal você precisa voltar para casa... Digo fique mais, fique aqui, dentro de mim...
Uma hora depois sou despertado em seu peito...
Realmente você precisava ir...
E eu fiquei aqui fantasiando a sua volta.

Sérgio Breneditt 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Em Nome de JESUS?



Sempre achei bonito o significado do meu nome SERVO ABENÇOADO. Com este significado especial, eu sempre soube que viveria em função de Deus, de modo a ser uma pessoa ativa na igreja, comprometido com a bíblia, com a liturgia dos cultos e com a santíssima trindade.
Desde o meu nascimento fui conduzido por minha mãe à igreja e já nos meus primeiros anos de vida, cantava em um grupo infantil chamado “Jóias de Cristo”. Infância difícil, rica em traumas, mas com um alento está na igreja.
Para mim, o templo era como um refúgio, um lugar onde se tinha certeza da presença de Deus. Lugar onde aconteciam milagres e curas, lugar de vida, libertação e paz. Lá, os louvores subiam até o céu e as mensagens eram como sementes plantadas dentro do coração.
Hoje, ainda na igreja, conheço todas as suas nuances, seus problemas e suas qualidades. Sei como funciona a estrutura, como lidar com as pessoas, até mesmo sei falar o que muitos querem ouvir, não mentiras, mas verdades adaptadas.
No entanto, vejo atualmente, que muito tem sido feito para se "preservar" as igrejas e ministérios, estão usando o nome de Jesus, da família e da fé para promover muitas vezes verdadeiras declarações de guerra, machucando pessoas e condenando-as ao inferno.
Posso dizer que me envergonho de ver muitos que eu admirava no meio gospel/evangélico usar o microfone que outrora pregava vida para pregar um suposto jogo de interesse mercadológico, cujo fim e manter seus mega templos e sua boca aberta a pregar devaneios.
É totalmente desprezível a “união” do povo de “Deus”, povo este que eu pertenço, lutando contra os direitos civis para os homossexuais. Tal união se faz desprezível uma vez que NÃO EXISTE o mesmo ímpeto para cumprir o mandamento de Cristo pregar o evangelho.
Vejo o evangelho sendo comercializado, por pastores, cantores e empresários. A palavra viva e eficaz só é mencionada para o grande público em mega shows cujo fim é a venda de cd’s, em congressos milionários, em viagens a Israel e até mesmo em cruzeiros marítimos
Pensar em Jesus vai além do que pode ser dito por um suposto “homem de Deus”. Ele, Jesus, é exemplo de amor, perdão e de uma vida nova onde o pecado fica distante. É falar que o amor que excede todo entendimento é a melhor experiência na vida de um homem e esse amor muda tudo.
Com Jesus, temos a certeza que estamos protegidos, da violência, da influência do mal e dos loucos porque Deus cuida dos seus filhos e o seu cuidar é tão presente que se cairmos ele nos levanta e ainda colhe nossas lágrimas dando certeza que tudo vai dar certo amanhã.
Ainda assim, muito dos meus amigos estão desprezando até mesmo odiando os “crentes” e a Deus devido à posição deste pastor que enlouqueceu e que liderar essa teoria da conspiração. Vejo muitos deixando de crer e usar sua fé por está decepcionado com os que deveriam dizer que tudo vai dar certo.
Sofro por tudo isso, mas não venho levantar a bandeira da igreja, nem da família, nem tampouco do movimento gay mais venho falar o que está em meu coração que é o medo da maior hipocrisia religiosa dos últimos tempos que foi a “MARCHA DA FAMILIA” em Brasília.
Nunca vi estes lideres se levantar com mesmo ímpeto para PREGAR o nome de Jesus. Estes nunca saíram de suas casas em um dia de semana para pregar na Central do Brasil, no centro do RJ, no horário de rush, mas gastaram os fundos de ação social da igreja para pagar o avião e gritar em Brasília.
Acredito na manifestação pacifica onde todos temos o direito a nos posicionar, pedir revisão, adequações na lei e promover um debate consciente. Acredito também que o radicalismo não vai levar ninguém a nada. Onde está o espírito de mansidão?
Devemos lembrar que os gays também possuem família, mães e pais que estão muitas vezes dentro dos templos orando por eles. Devemos lembrar que não existe um caso genuíno de libertação da pratica homossexual e sim uma renúncia adotada pelo individuo que por não perder suas habilidades sexuais podem ser casar e ter filhos.
O fato de ser casado não transforma o homem em ex-gay e sim em um homem que não se entrega a sua inclinação sexual, se posso chamar assim e no mais sei que no meio gospel muitos homens ditos como “corretos” deslizam sexualmente...
A marcha pra Jesus foi distorcida em uma manifestação política, pautada em gritos e medos, onde as famílias deixaram de evangelizar para ouvir as palavras de ordem de um dos pastores mais eloqüentes do meio e isso me dá nojo a deturpação de um dos maiores movimentos evangelísticos do país.
Esse texto só vem mostrar que nem todos no meio evangélico pensam iguais, muito acreditam que se Deus conhece o coração do homem este saberá seus passos e que no final será cumprida a promessa onde Deus que irá separar o joio do trigo, os bons dos maus e os verdadeiros dos falsos.
Saiba leitor que Deus é Amor e Ele te ama, saiba que tudo isso acontece porque Ele deu ao homem o direito ao livre-arbítrio e que é esse homem que deve ter noção de suas atitudes. Se houver uma guerra Deus velará pelos seus filhos e estes sairão intactos.
Em nome de Jesus devemos declarar paz, vida e alegria. Em nome de Jesus coisas boas devem acontecer. Em nome de Jesus nem um mal chegará a sua casa. EM NOME DE JESUS pessoas vão parar de usar o nome santo em vão.


Um servo decepcionado com seus lideres,
mas não com o seu SENHOR!
Sérgio Breneditt

domingo, 12 de junho de 2011

+ um pedaço da minha Paixão



Você corre perigo!
Sei que ainda sabes que encontra espaço em mim...
No entanto, esta chegando a hora de te esquecer e quando eu te esquecer...
Vai ser para sempre...
Vai ser para o nada e não irão sobrar vestígios seus...
Quando eu te esquecer, vais morar no interior silencioso do passado.
Vai repousar sua cabeça no colo do esquecimento e só ouvirá a voz da solidão...
Sem canções, sem o som do piano...
Sem minha visita inesperada... Quando eu te esquecer.
Deixarei de olhar perdido, terei um caminho e outro alguém para dedicar emoção.
Respirarei a liberdade de uma vida sem amarras, sem paixão.
Quando eu te esquecer...
Não perderei a hora nem ficarei ao lado do telefone esperando ouvir sua voz.
Não pensarei no “onde está você?” ao ouvir uma música romântica no trocar da estação. Serei livre quando eu te esquecer.
Mas como ainda não te esqueci, passo dias, meses e até anos aguardando o seu regresso. Seu olhar procurando o meu, sua boca com sede da minha, aguardo.
Como não te esqueço namoro a chuva, respiro o perfume do ar e durmo nos braços da solidão. Perco-me por caminhos que sempre segui, caminhos que conheço há muito tempo. Faço o seu itinerário para te encontrar.
Escrevo poesias, resenhas, monto blogs e canto minhas canções com o único propósito de alcançar seu coração. Como não te esqueço, esqueço de mim. Fico feio, fico gordo, fico infeliz. Fico procurando a parte que você levou...
Como não te esqueço perco meu tempo de estudo com orações e pedidos para que você se permita me amar. Eu sou perfeito para você... Te entendo, te aceito, te amo, te amo, te amo e faria de tudo para envelhecer ao seu lado, te fazer a pessoa mais feliz do mundo.
Não haveria dúvidas, só a certeza de que a felicidade existe, e nós juntos somos a morada dela. Ah, eu fugiria, mudaria de nome, passaria fome eu seria seu alimento e você, você se me amasse já me daria tudo.
Como eu não te esqueço ainda, perco linhas e divido angústias com o papel. Procura palavras em meu léxico, respiro fundo para terminar mais um post, mais um relato, mais um pedaço da minha paixão.
Hoje, depois de anos, repito o que eu te disse tantas vezes, mas vejo que as coisas estão mudando... Nossa utopia deixa de ser real e nesta hora já não sinto falta do nosso beijo... Aquele beijo na janela, lembra? Sei que não, não existiu pra você.
Também não sinto tanta falta da nossa melodia... Aquela que ouvíamos no por do sol, lembra? Não? Entendo... Já não sinto, com a mesma intensidade, falta das poesias e das canções... Aquelas poesias que escrevi para você e as canções que você fez para mim, lembra?
Ainda assim quero trazer a sua memória o que não saiu da minha...
Aqueles momentos que vivemos e vivemos em pensamentos, em desejos, em silêncio onde lembro que você gostava de não me abraçar e eu gostava de ficar perto. Nossa união tão estável em fantasias e essas coisas sólidas que solidificam um amor.
Lembro que ao seu lado era como estar só diante do mar, ouvia os sons das ondas, mas não mergulhava... Sempre amei contemplar o mar. Falar de você já não me faz bem sinto a mesma angústia e anseio de morte que sentia ao seu lado devido a tanto desprezo.
Para matar a saudade escuto a nossa canção aquela que dizia i believe in you and me... Ela dizia que “eu estava perdido, hoje estou livre” dizia que seríamos felizes. No auge da canção, a voz da Whitney Houston, desvenda meu coração dizendo que eu posso parecer bobo dizendo tudo que digo, mas quero ser um bobo para sempre se ser bobo é acreditar em nós...
Definitivamente eu acredito em milagres, o amor é um milagre e durante anos ouvia essa canção para pensar em você, e ao saber que você mal a conhece só revela que eu realmente tinha fé por nós dois. Hoje não existe o i believe in you and me e sim um sentimento de amor que vejo morrendo, uma morte lenta e que fará eu te esquecer, e isso vai acontecer...
E quando eu te esquecer serei mais feliz, e você? Quem é mesmo você?
Quando eu te esquecer... Vou lembrar apenas de mim, terei um nome, identidade e um amor imenso que entregarei a pessoa certa. Quando eu te esquecer, escreverei o último texto da minha vida cujo fundamento seja você, mas como disse antes, ainda não te esqueci e fico aqui tentando... Fazer você sentir o meu amor.

Sérgio Breneditt


terça-feira, 10 de maio de 2011

Cotidiano: Dor de Cabeça


Debruçado sobre o janelão verde do antigo casarão eu vi a chuva cair.
Não tinha nenhum pensamento novo ou uma nostalgia latente era só meu momento de solidão.
Pela primeira vez na semana não tinha ligado o ar-condicionado, nem tomado café na xícara que ganhei de presente com a inscrição “Para 1super AMIGO”.
O barulho da chuva só reforçava o desejo de ir para casa, deitar na minha cama, assistir um DVD até dormir com tudo ligado.
A cabeça ainda doía depois de ter tomado dois Dorflex. O telefone chato que não cansa de tocar... Uma rotina.
Guardo uns documentos, ignoro outros, finjo um sorriso e sinto frio, pois perder a hora me fez esquecer o casaco e chegar atrasado novamente. Onde eu estava com a cabeça? Parecia sábado hoje de manhã.
Uma senhora grita com seus funcionários no térreo... Mais alguns caracteres vão dando vida a este texto de terça-feira. O telefone volta a tocar. Pesquiso sobre a bibliografia de Caio Fernando Abreu.
Sabe aquele dia que você sai de casa, mas esquece a vida nela? Parece que isso está acontecendo comigo me sinto uma espécie de Zumbi bem treinado e apto a tomar decisões e atitudes dentro do setor. Normalmente não sou assim.
Um bate-papo no corredor, um desabafo que precisava nascer. Um perfume novo, uma idéia nova. Amigos de trabalho, colegas de trabalho, pessoas do trabalho, gente do trabalho. Sem mais o que escrever.
Faltam algumas horas para eu ir embora, não vou a faculdade hoje já disse que estou com dor de cabeça né?! Acho que tudo isso é culpa da dor de cabeça, normalmente não sou assim.
Melhor terminar por aqui, está chegando gente, gente do trabalho, e podem interpretar que estou fazendo trabalho pessoal no setor, tenso? Não, hipocrisia mesmo. Nossa Senhora do Facebook que o diga, não é Santa?
Devo está meio amargo ou camuflando sentimentos por isso um texto tão solto em informações concretas. Normalmente não sou assim ou seria o contrário? O que importa... Que dor de cabeça!
O chefe chegou...
Tchau.

Sérgio Breneditt

domingo, 1 de maio de 2011

Encruzilhada


Sabe aquele momento que se encontra uma encruzilhada?
Ele estava vivendo esse momento. Sua vida, seus sonhos, seu futuro só dependiam dele para realizar ou não. Ele sempre foi um cara correto, de família, católico fervoroso sabia cada palavra que o padre iria dizer. Sua mãe o criou como pode afinal ela trabalhava muito e o deixava só dando a este a oportunidade de ser alguém.
Ele teve medo e não arriscou, nunca arriscou. Seus caminhos eram escola, casa, igreja e no máximo a casa de uma amiga onde passava o tempo brincando com uma Barbie careca. Apaixonou-se pela professora, pelo coleguinha e pela coleguinha, nada de novo, pois sua mente muito infantil sabia que era apenas uma fase de sua infância.
Ele teve um cachorro que roubaram dele, ele tinha alguns brinquedos que perdeu quando colocou embaixo do travesseiro, ele teve uma bicicleta verde e o sonho de ser a Super Patrine. Sua vida era comum, como a vida de todos os outros meninos, era legal e chata como a vida de todos os meninos. Ele brigava na escola como todos os meninos.
Os únicos problemas dele eram: nunca ser chamado para o futebol, nunca ser chamado para zoar na praça e sempre ser chamado de boiola. Na verdade, ele não sabia o que era boiola porque seu pai nunca lhe disse a verdade. Seu pai também era um problema, sabe aquele pai inútil na criação da criança? O pai dele não era desses, era pior.
Ele sofreu um trauma bem normal na pré-adolescência, quis se casar com uma moça, tipo bem, mais velha que ele, quis conhecer o Cristo, mas foi mesmo ao Pão de Açúcar. Ele não era o preferido da vovó, nunca foi preferido por ninguém, sempre o chamaram de ovelha negra porque todos sabiam que ele traria o mal para o bom nome da família Silva.
Podemos ver que ele nunca teve nada que o deixasse com tantas dúvidas diante desta encruzilhada. Uma vida tranquila, sonhos e alegrias, detalhe ele até gostava de escrever alguns contos e poesias. Perdeu a virgindade com 14 anos e a outra aos 25 assim como seu primeiro beijo que foi aos 7 anos e o seu segundo aos 23 algo muito normal.
Pessoas cismam em classificar as outras e sempre o classificavam de erro, mas mesmo assim ele conseguiu se erguer, sacudiu a poeira do corpo e abandonou todos que diziam que ele não daria certo. Agora ele está nessa encruzilhada pensando qual o melhor caminho a tomar e como será seu destino.
Existem coisas que ninguém sabe e ele tampouco conhece seu futuro, mas já que chegou a uma encruzilhada o que vale é saber que qualquer caminho vai levar ao novo, ao desconhecido, ao futuro. Então, sabe aquele momento que se encontra uma encruzilhada?! Você se torna um adulto e agora sua vida, seus sonhos, seu futuro só dependem de você.



Sérgio Breneditt