A Avenida Atlântida estava em silêncio quando ela entrou no prédio. Os cabelos loiros presos em um coque mal feito revelavam em sua nuca a tatuagem de uma palavra em inglês “Believe”. Ela abriu a porta do apartamento largou a bolsa e sentiu o vento que entrava pela janela que deixara aberta. Tirou os sapatos, a calça e caminhou de calcinha até a varanda e contemplou Copacabana. A praia vazia, o perfume da madrugada, o céu sem estrelas e uma lembrança...
Aquelas mãos percorriam seu corpo de um modo intenso queria explorá-lo, decifrá-lo. Suas roupas eram levemente retiradas com uma ternura e excitação que até então ela nunca havia experimentado. Aquela boca quente beijava seu pescoço, seus seios, seu umbigo... De repente fez-se uma pausa e aquela que a tocava se retirou deixando- a sozinha na pequena sala entrando assim eu um quarto.
Uma canção... Adele cantava Someone Like You… Ela segue em direção ao celular... Era ele do outro lado da linha perdeu a vontade de atender. A boca e as mãos que a tocava voltaram e outro som imperava naquele apartamento no Leblon... A letra dizia “Give me a reason to love you. Give me a reason to be... a woman” (Dê-me uma razão para amar você. Dê-me uma razão para ser... uma mulher). A Louca se entregou...
Beijos quentes na parte interna da coxa, caricias nos seios e ela ia sendo adorada por aquela outra mulher. Mordidas leves e com dois dedos ela é penetrada... As mãos hábeis daquela outra a deixava sem ar. Seu corpo estava todo preenchido por um prazer, um toque inexplicável era mais que tesão era uma das experiências mais saborosas de sua vida tinha misto de fantasia e sexo selvagem era realização.
Liberte-me dizia a Louca no ouvido de Pérola, liberte-me sou sua... Com toda sua experiência e desejo por ter conseguido aquela mulher linda do bar, Pérola se despiu de qualquer pudor e atendeu ao pedido da Louca libertando-a com sua língua hábil. O encaixe das pernas, a pressão e fricção dava um ritmo ao ato. Não era só cavalgar em alguém era seguir juntas a mesma direção dada pelo desejo.
Não havia razão para lembrar o passado, não havia mais motivos para chorar... A Louca estava livre, liberta de qualquer inibição ou preconceito. Estava tomada por um desejo de se permitir e se permitir mais quando entrou no banho acompanhada por Pérola para um terceiro momento rico em descobertas... O sabonete liquido, o perfume de um Spiritual Guide e longos beijos embaixo da água quente...
Pérola sussurra em seu ouvido uma fantasia ainda não realizada... A Louca sorri, fica de costas e se inclina para receber beijos que desciam da sua nuca, passava pela sua região torácica e encontrava sua pelve. As mãos macias daquele outra mulher segura firme sua nádega e a Louca conheceu uma nova versão para o famoso beijo grego algo que foi sedutoramente denominada “Pérola Negra”... Ela aproveitou...
De volta a si, após relembrar o que acabará de fazer, ligou como já era seu costume a TV e novamente viu que estava passando o programa do pastor que atendia os fieis e pessoas desesperada na madrugada. A voz daquele homem autoritário lhe trouxe outra lembrança, mas não valia à pena considerar tais. Foi ao banheiro deixou a banheira encher, na cozinha pegou uma taça de Cabernet e ouviu “Quem pratica sexo homossexual vai para o inferno”, ela sorriu, acendeu um L.A. e disse “Estou condenada.” Off na TV, Play no som e caminhou rindo em direção ao banho.
Sérgio Breneditt
2 comentários:
Nem tenho o que dizer sobre esse texto magnífico, amigo... Cara, vc deve ter feito uma pesquisa e tanto... O texto ficou lindo, romântico, sem deixar de ser erótico... E fala sobre sexo entre duas mulheres, não é o tipo de coisa que a gente vê em qualquer lugar... Ótimo texto... Mais uma aventura da Louca, vamos ver as próximas! ;)
Beijos, amigo... até
Mto bacana o texto!!
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