sábado, 29 de outubro de 2011

Cotidiano: Depois da Balada




O que eu faria por amor?
Ele se perguntou essa manhã quando caminhava pelas ruas do centro do Rio...
Ultimamente...
O amor tem sido uma noite longe da família, nos braços de desconhecidos com cheiros diferentes e hálitos de sabores variados como: uva, hortelã e morango.
O amor tem sido uma boate escura com muita fumaça, corpos suados, cigarros, cervejas e drag queens.
O amor tem sido olhar a cidade acordar enquanto volta para casa para dormir.
Tem sido cochilar de boca aberta no ônibus e tampar a cabeça com o capuz da camisa para tentar escurecer o longo caminho.
O amor tem sido o banho quente, o ar-condicionado ligado e deitar de cueca em baixo do edredom com inscritos em japonês.
O amor tem sido aguardar ansioso o barulho da janela do MSN chamando para conversar e combinar como será a próxima noite.
O amor tem sido assim, pensava ele e responder essa questão seria difícil demais, afinal já fizera de tudo por amor... Fez poesias e enviou cartas de cinco páginas escritas a mão com cheiro de perfume e marca de lágrimas.
Ele já tinha feito serenata, cantado jazz e tocado piano... Já tinha dormido na calçada para ver de madrugada seu amor ir trabalhar.
Fez oração para Deus e a todos os santos para proteger o seu alguém, a sua metade avessa. Jogou flores ao mar e acendeu incenso ao vento para perfumar de longe o caminho de quem chamou de amor com fluidos de boa sorte e harmonia. Fez de tudo... No carro e até de joelhos, mas...
O que ele faria por amor? Ele jamais saberia responder. No entanto, o que ele faria com o amor?  Isso eu sei que ele sabe bem... Ele seria o homem mais feliz do mundo.

Sérgio Breneditt

3 comentários:

Débora disse...

Lindo texto.

Raquel Miranda disse...

É, você como sempre fazendo textos maravilhosos... muito bom, Sérgio, gostei muito!!! *___*

FOXX disse...

lindo texto, me fez pensar q eu nunca farei nada por amor, já q ninguém é capaz de me amar mesmo