sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Um texto para uma Crise

Os sintomas são de amor, mas o que perdi foi uma amizade... O que há comigo?

Os caminhos levaram ao romance, mas o que vivi foi um drama... O que há comigo?

O que acreditei que morava no coração morava mesmo nos olhos, olhos que fogem, olhos que se fecham... O que há comigo?

O “Eu te quero bem” era utópico, inverossímil, inadequado e perecível.

Novas paixões me trazem repulsam, medo, asco do que sou... O que há comigo?

Estarei eu contaminado pelo vírus da dúvida, do impossível, da incredulidade?

Você seria tão cético para não me respeitar, não ligar, não buscar?

Sinto saudades do que não tive, falta do beijo que nunca aconteceu , falta da doença que me unia a você... O que há comigo?

Esfaquei o meu peito, atira em mim, atropele-me, mate-me, por favor. Deixe minha alma, retire-se do meu corpo leve embora essa angustia e essas marcas. Por Deus seja exorcizado e repreendido para nunca mais voltar.

O que há comigo?

Seria você meu espinho na carne?

Seria você o Diabo acusador que se aproveita de mim?

Seria eu o instrumento do seu mal, o instrumento da sua fraqueza?

Seria eu o ser capaz de gerar duvidas em seu coração?

Você tem um coração?

Por que fugir sozinho se podíamos fugir juntos?! Por que chorar sozinho se podias chorar em meus braços?! Por que amar sozinho, se podia amar comigo... Podia viver comigo... Podia estar aqui comigo...

O que há comigo?

Pergunto-te outra vez.

Algo eu sei, não estou contigo...



Sérgio Breneditt

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