sábado, 21 de julho de 2012

Coisas Dele: O Homem Proibido


Quando seus olhares se encontraram houve uma explosão dentro dele...
Um sentimento intenso de querer, de repentina paixão e desejo...
Um sorriso no canto da boca, um piscar sexy com um olho e ele entrou na festa de seu amigo.
O outro, o portador do desejo, era um dos convidados e todo o clima evidenciava que aquela noite eles passariam juntos...
Um abraço na nova amiga lésbica, ele se ver sendo encarado pelo aquele belo homem... Alto, de cabelos negros e pele clara davam o contorno para sua moldura... Uma voz astuciosa e tímida era o elemento para tornar aquele o alvo de seu querer a noite toda... A noite começou.
Seu amigo, o aniversariante, faz as apresentações... Este é o (nome proibido), este é ele, meu amigo... Um aperto de mão e o clima de tensão típico em pessoas que se interessam... Estes são os outros amigos... Simpáticos e felizes todos os novos amigos na Boate para comemorar e dançar.
Um drink novo, alguns ursos e um abraço... Um cochichar no ouvido e a verdade vêm à tona o homem estava comprometido com o outro... Uma sensação de frustração toma conta dele e ele pede uma coca-cola e vai dançar com a nova amiga de modo a ignorar tal situação, tal ilusão.
Sentimentos confusos... Era nova tal situação e em sua juventude nunca tinha participado de uma traição. Nunca tinha vivenciado tal. No entanto, era segundo o seu amigo uma relação aberta e livre de qualquer mal estar... Seus olhos brilhavam ao encontrar aquele outro, aquele outro olhar.
Na dança, nas conversas e em todo o tempo ali eles eram consumidos pelo desejo de ter o outro... O que deveria ser aberto não estava naquele dia... A suposta modernidade no relacionamento se tornou contraditória ao ser negado a eles o direito de um simples beijo, um simples e terno toque.
A outra parte impedia o seu companheiro de conhecer ele e de um modo muito tênue as cartas foram jogadas na mesa. Ele tinha direito de querer, mas não tinha direito a ter talvez por ciúme, insegurança ou qualquer outro sentimento de um cara mais velho.
Era notório o desconforto... Ele sabia que aquele homem proibido o desejava... Aquele rosto o procurava por todo o local... Aquele umidificava os lábios todas as vezes que ele usava seu gloss de menta... Aquele sorria no canto da boca de um modo muito sexy para ele enquanto abraçava friamente o seu “amado”.
Chegou a ser divertido ser tão desejado, mas por bom senso não investiu... A festa tinha acabando, o cara mais velho desfrutou da liberdade do relacionamento aberto enquanto o homem proibido caminhava ao lado dele em direção ao ponto de ônibus.  Algumas palavras e um querer explodindo... Mais palavras.
Já amanhecia quando o ônibus chegou... Ele se despediu dos novos amigos e abraçou aquele homem que desejou a noite toda, um abraço quente e um sussurrar no ouvido ele lhe disse: “Foi um prazer te conhece queria ter mais...” Fez se um breve silêncio naqueles braços como se aquele homem procurasse alguém...
Então uma resposta veio confirmar tudo o que ele sentiu a noite toda... “Hoje não deu, mas até a próxima... (neste momento os lábios do homem proibido encontram a orelha dele e sussurra calorosamente) Vai ter próxima, tenha certeza.” Desfez-se o abraço. Ele entrou no ônibus...
Lá atrás, próximo a janela, onde se sentou olhou para aqueles que foram sua companhia a noite toda e deu ultimo aceno. Para o homem proibido ele piscou do mesmo jeito sexy que fez no inicio e foi retribuído pelo sorriso no canto da boca e um olhar desejoso e fixo...
Ônibus seguiu viagem, a amiga lésbica adormeceu e ele se encolheu entre ela e o amigo aniversariante devido ao frio e conversou com seus pensamentos. O amigo pergunta se estava tudo bem e respondeu “sim”, mas na verdade estava mal e tudo por causa do homem proibido para ele.

Sérgio Breneditt



domingo, 8 de julho de 2012

A Louca 3 - Desvendando


A Avenida Atlântida estava em silêncio quando ela entrou no prédio. Os cabelos loiros presos em um coque mal feito revelavam em sua nuca a tatuagem de uma palavra em inglês “Believe”. Ela abriu a porta do apartamento largou a bolsa e sentiu o vento que entrava pela janela que deixara aberta. Tirou os sapatos, a calça e caminhou de calcinha até a varanda e contemplou Copacabana.  A praia vazia, o perfume da madrugada, o céu sem estrelas e uma lembrança...  

Aquelas mãos percorriam seu corpo de um modo intenso queria explorá-lo, decifrá-lo. Suas roupas eram levemente retiradas com uma ternura e excitação que até então ela nunca havia experimentado. Aquela boca quente beijava seu pescoço, seus seios, seu umbigo... De repente fez-se uma pausa e aquela que a tocava se retirou deixando- a sozinha na pequena sala entrando assim eu um quarto.

Uma canção... Adele cantava Someone Like You… Ela segue em direção ao celular... Era ele do outro lado da linha perdeu a vontade de atender. A boca e as mãos que a tocava voltaram e outro som imperava naquele apartamento no Leblon... A letra dizia “Give me a reason to love you. Give me a reason to be... a woman” (Dê-me uma razão para amar você. Dê-me uma razão para ser... uma mulher). A Louca se entregou...

Beijos quentes na parte interna da coxa, caricias nos seios e ela ia sendo adorada por aquela outra mulher. Mordidas leves e com dois dedos ela é penetrada... As mãos hábeis daquela outra a deixava sem ar. Seu corpo estava todo preenchido por um prazer, um toque inexplicável era mais que tesão era uma das experiências mais saborosas de sua vida tinha misto de fantasia e sexo selvagem era realização.

Liberte-me dizia a Louca no ouvido de Pérola, liberte-me sou sua... Com toda sua experiência e desejo por ter conseguido aquela mulher linda do bar, Pérola se despiu de qualquer pudor e atendeu ao pedido da Louca libertando-a com sua língua hábil.  O encaixe das pernas, a pressão e fricção dava um ritmo ao ato. Não era só cavalgar em alguém era seguir juntas a mesma direção dada pelo desejo.

Não havia razão para lembrar o passado, não havia mais motivos para chorar... A Louca estava livre, liberta de qualquer inibição ou preconceito. Estava tomada por um desejo de se permitir e se permitir mais quando entrou no banho acompanhada por Pérola para um terceiro momento rico em descobertas... O sabonete liquido, o perfume de um Spiritual Guide e longos beijos embaixo da água quente...

Pérola sussurra em seu ouvido uma fantasia ainda não realizada... A Louca sorri, fica de costas e se inclina para receber beijos que desciam da sua nuca, passava pela sua região torácica e encontrava sua pelve. As mãos macias daquele outra mulher segura firme sua nádega e a Louca conheceu uma nova versão para o famoso beijo grego algo que foi sedutoramente denominada “Pérola Negra”... Ela aproveitou...

De volta a si, após relembrar o que acabará de fazer, ligou como já era seu costume a TV e novamente viu que estava passando o programa do pastor que atendia os fieis e pessoas desesperada na madrugada. A voz daquele homem autoritário lhe trouxe outra lembrança, mas não valia à pena considerar tais. Foi ao banheiro deixou a banheira encher, na cozinha pegou uma taça de Cabernet  e ouviu “Quem pratica sexo homossexual vai para o inferno”, ela sorriu, acendeu um L.A. e disse “Estou condenada.” Off na TV, Play no som e caminhou rindo em direção ao banho.

Sérgio Breneditt