segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Depois do Túnel




... O túnel era escuro, mas cheguei do outro lado...
O que faço agora?
Posso sentir alivio e respirar? Posso responder meus questionamentos?
... Foram tantos caminhos que percorri para chegar aqui. Aqui deste lado da história...
O que mudou em mim o que esta mudando em mim?
Isso é crescer? Crescer é deixar para traz o passado ou suportar em silêncio o vazio que este me proporcionou?
Pessoas que passam agora em minha vida dizem que estou LIVRE.
Livre de quê eu me pergunto?
E se por acaso eu não quiser ser livre, não quiser recomeçar, não quiser ficar aqui deste lado?
Com quem devo falar?
Como posso voltar e apagar a história que me machucou, retirando assim as cicatrizes do corpo? Como colocar brilho em um olhar descrente na vida?
Vida? O que é vida?
Esta se resume apenas ao espaço entre o nascimento e a morte? Ou é mais?
...Quando olho em minha volta vejo tudo novo, rostos nunca até então contemplados, sol, sinto o calor. No entanto, ainda chove em mim...
Não é tempestade que devasta o lugar é garoa. A chuva fina e persistente do medo e da insegurança...

Quero correr ou posso sentar no chão e esperar? Correr, mas para onde, para que braços? Esperar, mas esperar o que, por quem?
O trem do destino pára nesta estação que estou? Preciso caminhar? Vou ter carona? A carona é dada por quem pelo tempo ou pela solidão?
Prefiro a carona do tempo.
... O tempo me leva a um lugar distante, distante do túnel que saí. É um lugar diferente nunca imaginado... Lugar meu... Meu lugar de renovo, de cura, de Liberdade para definitivamente eu ser melhor do que sou...
Minha chance de amar... Minha chance de te amar... Minha chance de mudar minha moldura, retirar a poeira e secar o coração molhado...
Devo agradecer por ter chegado ou espero um momento mais adequado?
Ofereço-me para fazer algum favor ao tempo que me deixou aqui ou finjo um sorriso para demonstrar afeição a este senhor que até então era desconhecido?
... Um perfume faz toda diferença, pois, não são rosas que enfeitam o jardim são calêndulas e margaridas... Posso me deitar... Posso descansar... Posso sonhar... Estou limpo... Estou puro... Estou livre em mim...
Devo parar de perguntar? Devo me responder?
Devo abrir os olhos e enxergar as possibilidades? Por onde começar?
Já sei vou me calar, afinal o túnel era escuro e eu, eu cheguei, eu cheguei aqui... do outro lado.
... Posso reescrever a história... Ainda tenho e sempre terei a carona do Tempo...

Sérgio Breneditt

Obs: Fiz este texto de modo que ele pode ser lido diferentes maneiras pode-se ler só o que esta em azul. Ou só o que em preto o pode ler o mesmo completo pois não foge o sentido.
Fiz isso de forma a me afirmar neste novo momento... Um momento longe do túnel.



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